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“Pois tu formaste os meus rins;
entreteceste-me no ventre de minha mãe.
Eu te louvarei, porque de um modo tão admirável
e maravilhoso fui formado;
maravilhosas são as tuas obras,
e a minha alma o sabe muito bem.
Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado,
e esmeradamente tecido nas profundezas da terra.
Os teus olhos viram a minha substância ainda informe,
e no teu livro foram escritos os meus dias,
sim, todos os dias que foram ordenados para mim,
quando ainda não havia nem um deles.
E quão preciosos me são, ó Deus, os teus pensamentos!
Quão grande é a soma deles!”
Salmos 139: 13-17

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Como Acontece o Trabalho de Parto e Como Ajudar

Querida Gestante,

Parabéns pela coragem de escolher ter um parto normal. Você optou pelo melhor e mais segura decisão para você e seu filho.

Não é fácil parir. É algo trabalhoso, às vezes demorado e cansativo. Por isso se chama “Trabalho de Parto”, e você deve se mexer e ficar ativa durante esse período.

Para as primigestas, principalmente, o trabalho de parto é uma caixinha de surpresas... e de medos. O que é normal, afinal é uma experiência nova e única na vida da mulher.

Pois bem, você resolveu passar por todos esses percalços, com coragem e ternura. E não estará sozinha. É bom contar com a companhia de alguém neste momento capaz de transformar vidas, sempre pra melhor.

Para ajudar as mulheres neste momento, existem outras mulheres, as chamadas doulas. Nós doulas, acompanhamos a mulher durante o trabalho de parto (TP) e parto, trazendo aconchego, conforto e dando segurança para as parturientes. Também aplicamos diversas técnicas para o alivio não-farmacológico das dores.

Para que vocês possam acompanhar com mais calma o Trabalho de Parto da gestante, darei uma breve explicação de como ele ocorre, no âmbito corporal, primeiramente. Depois passarei à explicação de como ocorre na esfera cerebral e psicológica.

O TP é dividido em três fases:

- Fase Latente

  • Pode se iniciar com a bolsa íntegra ou rota;
  • Ocorre o afinamento do colo do útero e dilatação de 3 a 5 cm;
  • As contrações não sumirão após banho quente e descanso, nem após 2 ou 3 horas monitorando;
  • Os intervalos ENTRE as contrações (do início de uma ao início da outra) vão diminuindo: 20/20 min, 10/10 min;
  • A duração vai aumentando: 30 seg, 45 seg, 50 seg;
  • Contrações irregulares em intensidade, ritmo e duração;
  • Fase mais longa, porém menos intensa e dolorosa;
  • A mãe pode continuar se alimentando e ingerindo líquidos à vontade, se tiver vontade e qual tiver vontade.

* Bom momento para avisar o obstetra, MAS uma internação nessa hora pode acarretar parada de progressão, cascata de intervenções, ansiedade materna e cesárea.

- Fase Ativa

  • Contrações regulares, com intervalos diminuindo 5/5 min, 4/4, 3/3
  • Duração aumentando: 50 seg, 55 seg, até mais do que isso;
  • Dores na região lombar, “pé” da barriga e terminações nervosas da coxa;
  • As contrações encontrarão ritmo. Irão durar 1 minuto;
  • É normal ter enjôos, vomito e diarréia.

*Quando a mulher sentir uma contração a cada 2 ou 3 minutos, com duração de 1 minuto, é um bom momento para ir para o hospital, pois já estará com cerca de 8 cm de dilatação.

- Fase Expulsiva

  • Inicia-se quando o útero alcança 10 centímetros de dilatação e o bebê começa a descer pelo canal vaginal;
  • Demora em média, uma hora, mas pode demorar mais horas;
  • As contrações deixarão de ser dolorosas e a mulher começará a sentir vontade de empurrar, uma força parecida com “força do cocô”;
  • Ela deve ser estimulada a não fazer força, para não lesionar o períneo. O bebê sairá mesmo que a mãe não faça força alguma!

COMO POSSO AJUDAR A GESTANTE?

  • Fazer massagens na coluna, ombros e pés. Pode-se usar géis e óleos para massagem.
  • Preparar uma bolsa de água quente, enrolar em uma toalha (cuidado para não queimá-la) e aplicar na lombar.
  • Deixá-la tomar banho na temperatura que quiser. Se a água estiver muito quente, e se for banho de imersão, deve-se tomar cuidado para não haver queda de pressão.
  • Incentivá-la a fazer exercícios leves, como caminhar, subir e descer escadas...
  • Deixá-la assumir a posição que quiser: sentada, de joelhos, de cócoras, andando em círculos, correr... se não achar uma posição cômoda, sugira que mude de posição. Geralmente ela encontrará sozinha, sem ajuda.
  • Deixar à mão alimentos de fácil digestão: iogurte, sucos, chás, água, frutas (maçã, laranja, pêra, uva) e sopas leves. Uma ótima ideia é ter bastante gelatina pronta à mão, e deixar a gestante se servir à vontade.
  • Providenciar para que o ambiente esteja ligeiramente escuro (cuidado com objetos no chão, para não haver quedas) e aquecido. Muitas mulheres têm necessidade de tirar a roupa durante o TP, Isso é normal.
  • Fazê-la rir, a deixar tranqüila e segura.

Os hormônios e a alteração de consciência no TP:

O trabalho de parto inicia-se com uma determinada seqüência hormonal secretada do cérebro para a corrente sanguínea. E essa secreção ocorre em uma parte especial do encéfalo, denominada “cérebro primitivo”, uma estrutura que comanda todas as atitudes instintivas e vitais do ser humano, que vão de comer e fazer sexo à controlar a temperatura corporal.

Durante o trabalho de parto, em algum momento da FASE ATIVA, começará uma alteração da consciência, causada pelos hormônios, onde qualquer situação que libere adrenalina (medo, frio, fome) ou que seja intelectualmente estimulante, causará incômodo e dor.

Neste momento de transição, a gestante se tornará mais introspectiva, silenciosa, agirá de modo estranho, como se estivesse em outro planeta. Isso é completamente normal e desejável, pois significa que o TP está tomando seu rumo esperado e desenvolvendo-se de forma correta.

Várias coisas poderão incomodar muito e causar dor, como por exemplo:

  • Presença de luz forte diretamente em seus olhos ou estar em um ambiente muito iluminado;
  • Ter fome ou frio (lembrem-se que disse que ela pode querer ficar nua), pois liberam adrenalina;
  • Ter que falar, responder perguntas, raciocinar, pensar, ouvir pessoas conversando – estímulo intelectual;
  • Presença de pessoas estranhas ou muita movimentação ao redor.

Quando a gestante atingir esse estágio do TP, deve-se evitar conversas perto dela e com ela, principalmente durante a contração. Quando se for iniciar a remoção para o hospital, avisá-la quando a contração acabar que ela vai ser retirada do chuveiro, por exemplo.

É normal e esperado que ela se torne agressiva, arredia aos toques, grite, mande os outros calarem a boca. O que surtia efeito antes, de repente se tornará incômodo.

Deve-se manter toda a calma do mundo com a parturiente. Lembre-se: os hormônios que estão controlando seu cérebro. As atitudes serão grosseiras, desprovidas de raciocínio e senso crítico. Tenha paciência.

COMO POSSO AJUDAR A GESTANTE?

  • Respeitar seus desejos e vontades. Deixá-la completamente livre pra fazer o que quiser, sem críticas.
  • Manter o ambiente com pouca luz, sem barulhos e muito privativo.
  • Continuar a cronometrar as contrações, para começar a remoção para a instituição quando elas estabilizarem de 3 em 3 minutos (com duração de um minuto).
  • Uma vez no hospital, procurar continuar cumprindo essas determinações. Não permitam que o pessoal da equipe médica fique a invadindo com perguntas complexas, não a deixem sozinha. Ela tem o direito de exigir a companhia de alguma pessoa durante todo o tempo que permanecer no hospital (Lei nº 11.108).
  • É direito da gestante rejeitar qualquer procedimento médico com ela (exames de toque, raspagem dos pêlos pubianos, lavagem intestinal, perfusão contínua de soro, episiotomia, etc.) e com o bebê (aspiração das vias aéreas e gástricas, injeção de vitamina K – pode ser administrada oralmente, pingar nitrato de prata nos olhos imediatamente, cortar o cordão imediatamente, administração de complemento em detrimento do leite materno, etc.)

SINAIS DE PERIGO:

  • Dores de cabeça, escurecimento das vistas;
  • Tonturas, perda de consciência (desmaio);
  • Dor que não pára entre as contrações (a mulher NÃO DEVE sentir dor entre as contrações, dor de nenhum tipo);
  • Dor na altura do umbigo;
  • A barriga deformar-se como se houvesse um cinto apertando na altura do umbigo durante a contração;
  • Dor intensa nos ombros;
  • Sangramento muito grande (é NORMAL acontecer um pequeno sangramento);
  • Água da bolsa com cheiro fétido (deve ter cheiro de água sanitária);
  • Água da bolsa com grumos verdes (a água deve ser clara e sem partículas verdes);
  • Vômitos e diarréias são manifestações normais. Se começarem a ficar muito iintensos, é bom avisar ao médico.

Entrou em TP e não tem ninguém em casa para te ajudar?
Ligue para seu marido, mãe, irmã ou para sua doula, ou ainda, alguma amiga que possa ficar com você durante todo o período.

Fonte: http://mamaealineamorim.blogspot.com/2011/04/como-agir-no-trabalho-de-parto.html

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